Por Sérgio Luis Aranha
O ensino da robótica e programação nas escolas está cercado de vários desafios como materiais caros e importados, mão de obra especializada escassa, espaço físico nas salas de aulas inadequados e talvez o maior desafio de todos seja mostrar para uma geração que recebeu tudo pronto, que existe um processo de construção para tudo que eles consomem e que este processo exige planejamento, tempo e muito trabalho.
A robótica e a programação na escola deixam o status de disciplina, tornam-se transdisciplinares, buscam uma intercomunicação entre as disciplinas, não existem fronteiras, vamos desenvolver habilidades cognitivas, socioemocionais e de linguagem e com isso, cada vez mais vemos os robôs inseridos no cotidiano das pessoas, permeando pela agricultura, medicina, artes, linguagem, inteligência artificial, física, química e engenharia.
Um dos principais objetivos do ensino da robótica e da programação nas escolas é apresentar novas tecnologias de forma natural e lúdica, mas ao mesmo tempo pensante e problematizadora, utilizando diversas metodologias durante toda vida escolar do aluno.
No Instituto Canção Nova, os alunos podem realizar atividades de robótica e programação oferecidas pela Tesla Robótica Educacional, cuja proposta está baseada em diversos conceitos e teorias educacionais como o construtivismo de Piaget, a interação social de Vygotsky, a afetividade de Wallon, os quatro pilares da Unesco, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Com base nesses conceitos e metodologias, a robótica e a programação acompanham o aluno desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
O aluno vai evoluindo e adquirindo novas habilidades, por meio do aprendizado mão na massa, e para que isso aconteça de forma natural, destacamos os quatro momentos que compõem uma aula de mecânica dentro da robótica:
Num primeiro momento, temos um tempo de conexão para contextualizar e ampliar o repertório cultural dos alunos por meio de aulas ou demonstrações como, por exemplo, levando um robô para discutir suas características.
Num segundo momento temos a construção, que pode ser de um protótipo ou de um algoritmo, a união do momento de conexão com a construção gera o aprendizado.
Os próximos momentos são para ancorar o conhecimento na memória, onde o aluno testa e modifica os projetos.
No final vamos debater e avaliar tudo que foi aprendido e o que pode ser modificado.
Com essa metodologia, podemos observar diversos benefícios na aprendizagem do aluno, pois a robótica promove um desenvolvimento integral. Por exemplo, quando separamos os materiais, trabalhamos a concentração; a organização, a construção de protótipos e máquinas melhora a coordenação motora fina; o trabalho em equipe promove interação social e o projeto pronto gera satisfação e a possibilidade de visualizar conceitos destacados no primeiro momento desse processo.
Quando o aluno passa pela parte da mecânica, ele passa a construir suas próprias máquinas, estimulando a criatividade, nesta fase também iniciamos a programação de dispositivos e apresentamos diversas linguagens de programação. A programação busca trabalhar o pensamento computacional, organizar o pensamento para resolução de problemas, os códigos são o idioma das máquinas, linguagem de suma importância para os dias atuais, num mundo de humanos e máquinas.
Unindo a mecânica e a programação, os alunos ao chegarem no Ensino Médio estão preparados para gerar seus próprios protótipos, construindo suas próprias peças personalizadas numa impressora 3D, construir seu próprio robô e ampliar seus conhecimentos sobre inteligência artificial e internet das coisas.
E após a finalização de todo esse processo de aprendizagem, que está em constante mutação para se adequar às novas tecnologias, podemos afirmar que robótica educacional promove a consolidação do aprendizado, amplia o repertório cultural, estimula a criatividade, desenvolve diversas habilidades e prepara o aluno nativo digital para buscar o próprio conhecimento usando de maneira correta toda tecnologia que tem à disposição.