Mãe um chamado especial
Ser mãe é uma vocação. É o maior de todos os chamados que chega à vida de uma mulher e que nos mostra que temos um ministério a ser exercido, de ser mãe intercessora, que vai além da questão de ser mãe biológica ou jurídica.
Este chamado exige atitudes que caracterizam uma verdadeira mãe, mesmo para aquelas que por questões profissionais não conseguem ser mães de tempo integral.
Neste dia festivo vamos homenagear as mães do Instituto Canção Nova relembrando histórias de mães com atitudes exemplares da Bíblia e do nosso cotidiano.
A Bíblia nos mostra exemplos de mães que mudaram a história da vida de seus filhos, encontrando tempo para rezar por eles. A influência positiva ou negativa das mães sobre os filhos é muito grande. Num mundo onde a jornada de trabalho feminino é grande e a destruição das famílias é arquitetada e executada com maestria; precisamos de mães que se coloquem na linha de frente, combatendo pelos seus filhos, que derramem sua alma, contando para Deus sobre sua família e pedindo que Ele venha em socorro de todas as nossas necessidades.
Muitas vezes perdemos tempo discutindo o tamanho dos problemas, desde os chamados problemas menores como sono, alimentação e escola, até os problemas maiores como saúde, casamento, drogas, sexo e prisões. Não importa a idade de seu filho nem o tamanho do seu problema, todos precisam de uma mãe que ore por eles. Deus não se detém no tamanho do problema, porque para isso nada é grande ou pequeno, pois Ele é o Deus do impossível, mas na sua disponibilidade para se colocar como intercessora da causa do outro.
Não sei qual é seu problema, mas podemos aprender com histórias bíblicas de várias mulheres que se destacaram no ministério de ser mãe, cada uma com seu chamado particular mas também alguns que são comuns.
Maria foi chamada a abrir mão de seus sonhos para participar do Plano de salvação da humanidade, mesmo sendo uma adolescente respondeu ao convite de Deus. Santa Mônica, foi convidada a manter-se em oração de forma fiel durante vários anos, para que seu filho Agostinho pudesse se transformar em alguém tão importante para a nossa igreja. No antigo testamento, uma mulher corajosa enfrentou as ordens do faraó, escondendo o seu filho para não ser morto e depois colocando num cesto para que a irmã do inimigo o acolhesse e o preparasse sem saber que ele seria o homem que libertaria o povo de Deus da escravidão. Ana, esperou vários anos para poder engravidar-se de Samuel e se desprender deste filho tão querido para que depois Deus o usasse como juiz e profeta para o povo hebreu.
Teríamos vários outros exemplos bíblicos, mas estes já bastam para ilustrar que Deus precisa de nós mães com atitudes fortes que O ajudem a cumprir o seu plano de salvação na vida de nossos filhos. Nós aprendemos com estes exemplos, e vimos que se sozinhas com Deus elas fizeram a diferença, imagina o que acontece quando nos unimos em oração umas pelas outras.
Eu faço parte de um grupo de mães que ora por seus filhos. Este grupo surgiu de um chamado no coração de uma jovem mãe para ser intercessora pelos filhos da família. Mas quando compartilhou isso com uma amiga próxima, ela também quis fazer parte e chamou outras pessoas. Hoje somos 90 mães que se reúne semanalmente para interceder pelos nossos filhos. Este grupo acabou “gerando filhotes” para outras paróquias, pois existe um outro grupo de 50 mães e outro com 200 mães em funcionamento da cidade de Vitória no estado do Espírito Santo e outros três grupos autorizados por párocos para começar este trabalho.
No inicio o que mais motivou a participação foi a preocupação com os filhos, mas ao longo da jornada as mães tiveram o seu encontro pessoal com Jesus, o grupo proporcionou e ao mesmo tempo experimentou o amor de Deus. Vejam que pedagogia bonita de Deus, enquanto intercedíamos por nossos filhos, nossas almas foram serem restauradas, pois interceder é apresentar a causa do outro, mas também entregar nas mãos Deus a nossa própria causa.
Para que este movimento encontre outros grupos que também querem rezar por seus filhos, escrevemos um livro partilhando a nossa experiência e a metodologia que temos usado para contribuir com o crescimento das mães como pessoas e como evangelizadoras.
Neste livro nosso clamor se junta ao de Deus, que as mães coloquem os joelhos no chão e o coração junto de Deus, para que os filhos possam caminhar erguidos. O momento pede mães que mesmo diante de um mundo hostil, encontrem tempo para lerem e obedecerem a Palavra, para exercitarem a oração e jejum e buscar sempre a Eucaristia em favor de seus filhos.
Acreditamos e vivenciamos, na vida das mães do nosso grupo, que tudo pode ser mudado pelo poder da oração, também escrevemos vários testemunhos demonstrando que nenhuma lágrima materna cai no chão antes de passar pelo trono da graça no céu. Mães como a Carol que apesar de ter o seu filho desenganado pelos médicos se prostou durante dois anos e volta para casa com o seu bebê vivo e sadio. Mães como a Roberta que se dobraram diante da perda de seus filhos, mas que continuaram intercedendo para que outros vivessem. Mães como a Ana Paula que serve incessante no grupo para que todas possam se manter unidas e para que os filhos não se percam. Mães como Cristiane que são evangelizadas e evangelizam os maridos.
Não sei o seu nome nem a sua história, mas sei que se você aceitar o chamado de Deus a uma vida de santidade, a uma vida de discípula em constante formação e de missão evangelizadora, com certeza Deus entrará na sua casa e na vida de seus filhos.
Aproveito para desejar a todas um Feliz Dia das Mães e convidar para que formem grupos de mães que rezem por seus filhos.
Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES).
Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial.