Dia das Mães – Dê presentes traduzidos em valores
Sandra Ferreira
Educar é um desafio. Educar para transmitir valores, consciência, exemplo é um desafio maior ainda.
Numa sociedade onde o consumir se faz necessário e se tornou base de relacionamento como forma de justificativa das ausências, principalmente na vida de muitas crianças que esperam dos Pais muito mais do que o ato de Dar, mais sim o de Ser, presença, amor, respeito, dedicação, carinho e tantos outros sentimentos que jamais poderão ser comprados, mais sim doados e transmitidos através de um único sentimento verdadeiro, o Amor.
Amor simples, sem valores consumistas e capaz de incutir dentro do coração daqueles que o recebem, que tudo a mais são consequências e não prioridades. Exemplificando com a minha vida, com a minha história, com a minha família posso dizer com toda certeza que meu esposo e eu vivemos esse desafio. Temos um filho de 9 anos e temos a preocupação de educá-lo pra o necessário. Tentamos a cada dia mostrar que o Ser é muito mais importante, muito mais necessário do que o Ter. Mostramos que precisamos Ser felizes e não termos a felicidade somente, pois ela não pode ser comprada como um bem qualquer. Que não podemos achar que somos felizes ou realizados quando compramos certas coisas, porque são bens que acabam. O que eu compro não pode definir o que eu Sou. O que eu tenho não pode ser a condição para minha existência.
Todos os dias deparamos com situações que devem ser colocadas na balança, nossos filhos pedindo algo porque outro coleguinha tem ou querem comprar por impulso para mostrar simplesmente que tem. Como principais formadores de nossos filhos, temos que explicar que nossa necessidade não pode e não deve ser baseadas na dos outros, elas devem ser únicas. Mostrar que nem sempre o que o outro tem, eu preciso ter ou comprar.
Podemos ensinar nossos filhos a serem generosos, desprendidos, amantes do necessário com simples atitudes e gestos, como por exemplo: se compro alguma roupa, posso abrir espaço no armário doando outra peça, que não sirva ou que há muito tempo não a uso.
Não tem exemplo maior para nossos filhos senão nós mesmos. Cabe aqui uma reflexão até que ponto eu como Mãe, como Pai estou contribuindo para formação do meu filho, através das minhas atitudes?