Mais um ano no qual celebramos a solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, Generalíssima do Exército do nossos país.
Sabemos o que aconteceu na então cidade de Guaratinguetá, em 1717, quando três pescadores, João Alves , Domingos Garcia e Filipe Pedroso entraram no Rio Paraíba do Sul em busca de peixes, numa época desfavorável para pescaria… a Virgem Maria apareceu nas águas!
Primeiro o corpo, depois a cabeça, e desde então, muitos e muitos milagres no Vale do Paraíba, região do Instituto Canção Nova, foram experimentados por escravos, crianças, homens e mulheres comuns e até por membros da família imperial; posteriormente, as graças chegaram em todo o território nacional e no mundo, para a glória de Deus e fortalecimento da fé de Seu povo, que goza da proteção materna e amorosa de Nossa Senhora e não poderia ficar sem os sinais visíveis de sua benevolência. Vamos conhecer fatos importantes sobre o assunto, que nem sempre são divulgados:
Gravidez da Princesa Isabel
A princesa Imperial Isabel, esposa do príncipe Gastão de Órleans, o Conde d’Eu, não conseguia engravidar. Assim, em 1868, saiu do Rio de Janeiro e foi a cidade de Aparecida pedir a Nossa Senhora a graça de gerar filhos. Tornou-se mãe de quatro crianças, tendo a primeira gestação natimorta em 1874. Em agradecimento, ofereceu um manto a Nossa Senhora.
Mais tarde, no dia 13 de maio de 1888, a princesa assinou a Lei Áurea que chancelou o fim da escravidão no Brasil, mas ficou impedida de governar o país, de sentar-se no trono que era seu por direito.
Num ato de amor e abandono a Deus, mas também de sabedoria e estratégia espiritual, a princesa Isabel ofereceu a Nossa Senhora uma réplica da coroa que usaria quando assumisse o trono, tornando-se rainha. O bilhete que acompanhava o diadema registrava:
“Eu, diante de Vós, sou uma Princesa da terra e me curvo, pois és a Rainha do Céu e Te dou tão pobre presente que é uma coroa que seria igual à minha, e se eu não me sentar no Trono do Brasil, rogo que a Senhora se sente nele por mim e governe perpetuamente o Brasil.”
Princesa Isabel
O manto e a coroa representavam o poder temporal submetendo-se ao espiritual, no governo do Brasil.
Coroação da Imagem de Nossa Senhora
Em 1904, ocorreu a coroação solene da imagem, a pedido do Papa São Pio X, com o diadema doado pela Princesa Isabel (de ouro com brilhantes, é a coroa que adorna até hoje a imagem). Foi o bispo de São Paulo, Dom José de Camargo Barros, quem presidiu a solenidade.
Em 1930, Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida “Rainha e Padroeira do Brasil”.
Para mais fotos históricas da coroação de Nossa Senhora em 1904, clique aqui
Generalíssima do Exército Brasileiro
Por um ato oficial da Presidência da República, assinado em 1967 pelo então Presidente Costa e Silva, Nossa Senhora Aparecida tornou-se Generalíssima do Exército Brasileiro.
Generalíssimo – superlativo de General, uma das mais altas patentes militares, de caráter exclusivamente masculino. Termo utilizado para pôr em relevo Generais que foram além do normalmente permitido pelas patentes militares.
No entanto, antes mesmo do ato oficial, em tempos remotos, os soldados do nosso país tinham como patrona Nossa Senhora da Conceição e o costume de rezar o terço, especialmente antes das batalhas, e de cantar o hino do Exército, intitulado “Canção do Soldado”, em louvor a Imaculada, como descreve o general Dionísio Cerqueira sobre a guerra do Paraguai, em 1866.
Canção do Soldado
“Ó Virgem da Conceição, Maria Imaculada, vós sois a advogada dos pecadores, e a todos encheis de graça com a vossa feliz grandeza. Vós sois dos céus, princesa, e do Espírito Santo Esposa. Maria mãe de graça, mãe de misericórdia, livrai-nos do inimigo e protegei-nos à hora da morte. Amém.”
(Reminiscências da Campanha do Paraguai, Bibliex, Rio de Janeiro, 1980, p. 155)
No dia 23 de fevereiro deste 2024, a imagem da Generalíssima do Exército Brasileiro, esteve em Brasília, com o alto comando do Quartel General do Exército, recebida pelo comandante, General Tomás Miguel Paiva, recebendo as devidas honras e homenagens.
O Brasil tem uma boa e amorosa mãe: a Senhora Aparecida!
O Brasil tem uma humilde intercessora: a Senhora Aparecida!
O Brasil tem uma Generalíssima que combate a nosso favor: a Senhora Aparecida!
Amém!
Lilian Maria de Castro Sanches Leal
Radialista, jornalista, educadora musical e especialista em História