Educar os Jovens
José Víctor Orón sch.p.
Educador Teen STAR
Dentre as camadas da população, podemos dizer que os adolescentes são altamente manipuláveis. Por um lado, eles se vêem sobrecarregados pela explosão interior causada pelos hormônios, e por outro lado, eles precisam fazer as conexões necessárias com o lóbulo frontal, que é quem, nos ajuda a saber como escolher. Ou seja, estão embriagados pela força da sua juventude.
Vejamos uma coisa, uma criança sabe quais são as suas referências. Se você pergunta para uma criança: – Quem é você? E ele te responde: “meu pai é João e minha mãe Maria” e se a essa criança seu pai lhe diz entra no carro, mau tenha acabado a frase, a criança já entrou, pois já espera a aventura que viverá com seu pai. Mas se a um jovem lhe dizemos: “Entra no carro.” Ele vai dizer: Por quê? ”ou talvez um não. E se você pergunta a um jovem: Quem é você? Ele te olhará e talvez dirá: “Mas, eu sou alguém?” Um jovem não sabe quem ele é.
Além disso, se olhamos a sociedade, observamos a saturante oferta de alternativas, em que tudo é possível. E vemos o jovem sem saber quem ele é, mais vulnerável para ser manipulado.
Na época dos romanos diziam: “pão e circo” e os dirigentes da época conseguiam manipular ao povo, pois saciavam a barriga de pão e entretinham e brutalizavam suas mentes com o circo. Tinham a quem dominar. Sabiam perfeitamente como eles iam reagir, pois os haviam animalizados. E um animal é previsível. Um cachorro, nasce cachorro, vive cachorro, morre cachorro, sem que a novidade apareça em sua programada vida, pois não há componentes de liberdade, responsabilidade, consciência… Assim, se a sociedade consegue manter os jovens em uma letargia animal, eles se tornam em fáceis escravos das suas paixões e por isso, domináveis e manipuláveis, cegos que pensam que estão enxergando, escravos, que acreditam que estão livres. Presos na cegueira e na escravidão de suas paixões.
Basta olhar para o número de mensagens que os jovens recebem através de todo tipo de publicidade e perceber que estão direcionadas as áreas mais afetivas. Um sistema límbico desconexo.
E se detemos o nosso olhar no âmbito afetivo sexual a evidência se faz imponente. Como é fácil manipulá-los! Como é fácil enchê-los com frases que isolam eles dos outros! “Você é livre, ninguém tem que dizer o que você tem que fazer. “Você é dono da sua vida.” “É a sua vida”. Frases mentirosas, porém muito atrativas. Vivendo uma dessas frases, se dão conta que lhe falta uma séria dose de realidade.
Suponho que os pais, que estão lendo este artigo, estão se perguntando: “O que fazer?” A resposta é somente uma: “Educar”.
Esta é a primeira coisa que tenho a dizer para os pais: o que os seus filhos vão herdar é a educação que vocês deram, o resto desaparecerá. Mas, seria necessário especificar um pouco mais. Educar neste caso, que estamos falando, seria ajudar os seus filhos a adquirir uma identidade.
Uma pessoa com identidade saberá situar-se neste mundo em mudanças e super estimulado. Uma pessoa sem identidade se deixará levar pela correnteza. Será manipulável. Mas, uma pessoa com identidade saberá situar-se, saberá quem é, o que quer, e qual é o seu chamado.
E não se cresce em identidade, quando não se assume a sua realidade, quem sou, minha realidade corporal, afetiva, minha história, minha família. Qualquer programa educativo que busque fazer algo sério deve se situar nesta linha. Teen STAR é um programa de educação afetiva sexual que parte desses pressupostos. Ajuda o jovem a acolher a sua realidade, a ler os sinais do seu corpo, descobrir o dom que é para si mesmo, acolher a sua própria identidade, saber quem ele é e qual é seu chamado e a partir daí poder desenvolver a sua afetividade e sexualidade com liberdade responsável.
Coragem pais, não desistam nunca da vossa tarefa de educar os seus filhos.