Dificuldade de Aprendizagem e a importância de jogos e brincadeiras como instrumentos de intervenção

 

 

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A aprendizagem é essencial em nosso dia a dia, mas também envolve muitas variáveis. Por isso, é importante que tanto os pais quanto os professores acompanhem de perto as crianças, já que a grande maioria das dificuldades de aprendizagem se tornam perceptíveis no decorrer dos anos escolares.

São diversos os fatores que ocasionam a dificuldade de aprendizagem e cada criança apresenta de diversas formas o nível de dificuldade para aprender durante sua vida escolar, visto que a aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e genuínos do ser humano desde muito cedo. No entanto, algumas dificuldades são transitórias e superadas com o auxílio do professor e dos pais e consideradas apenas como um processo de adaptação da criança diante da metodologia da escola. Em outros casos, o problema se estende de forma duradoura, já que, sua raiz pode ter características em outros pontos, como pode acontecer com a dificuldade da leitura, que pode favorecer a dificuldade em problemas aritméticos, já que a leitura e compreensão são necessárias.

Diante desta realidade ainda nos deparamos com as facilidades que os meios tecnológicos trazem para a apresentação de informações rápidas e instantâneas, enquanto que o processo de aprendizagem se constrói de forma gradativa e temporal, levando em consideração o tempo de cada criança para se concretizar.

A aprendizagem passa por 5 etapas, a compreensão: quando somos expostos ao conhecimento; a retenção: quando fixamos a informação; a prática: quando o conhecimento vai se solidificando e os hábitos de estudo vão sendo reforçados; a disseminação: quando transmitimos o conhecimento assimilado e a criação: quando geramos novos conhecimentos a partir do conhecimento inicial, sendo este o topo do processo de aprendizagem.

Porém, quando percebemos alguma fissura nesse processo é essencial investigar e intervir de uma forma que a criança não pare em sua dificuldade, mas que nos permita identificar as possíveis e variadas formas de estimular o desenvolvimento de tais habilidades. De acordo com Martin e Marchesi (1996) as dificuldades de aprendizagem estariam relacionadas à dificuldade dos alunos para colocar em prática, rotinas de planejamento e controle dos processos cognitivos, envolvidos na realização de uma dada tarefa. Essas dificuldades são consideradas como níveis de menor realização, decorrentes do uso inapropriado dos mecanismos do processamento da informação; e não proveniente de deficiências de capacidade ou inteligência.

Diante dessa realidade, torna-se clara a necessidade de uma intervenção que seja significativa e traga prazer para a criança, visto que devido ao seu baixo rendimento, no que se refere as atividades pedagógicas, o processo de aprendizagem pode trazer falta de motivação, perda de interesse nas atividades escolares e declínio de autoconfiança e autoestima. Por isso, a utilização de jogos e brincadeiras se destaca como forma de intervenção, já que permite a criança uma aprendizagem integral e harmoniosa, pois o ato de brincar concede a formação de sinapses que favorecem o desenvolvimento cognitivo na criança.

Vygotsky acreditava que o jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações dela mesma. O que nos permite entender o que a criança traz nas entrelinhas do brincar, suas percepções de si e do meio em que está inserida e também de suas relações. Por isso, a família é fundamental no contexto da dificuldade de aprendizagem, já que a criança se espelha nas atitudes e comportamento dos pais e qualquer tendência negativa influencia decisivamente no processo de baixa autoestima, complicando o desenvolvimento escolar drasticamente. Faz- se necessário assim, uma conduta de incentivo e demonstração de afeto para a criança sentir-se segura mesmo com as dificuldades encontradas diariamente no ambiente escolar.

Provocar o cérebro com jogos e brincadeiras pode aprimorar funções cognitivas, como a memória, linguagem e raciocínio lógico, habilidades que são utilizadas pelo resto de nossas vidas, além da imaginação e da criatividade, por isso, não devemos deixar de acreditar que a criança é muito mais do que sua dificuldade de aprendizagem e a nossa postura diante dessa realidade é um fator de destaque para incentivá-la a dar o seu melhor e superar os desafios diários, dentro e fora da sala de aula.

 

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