Por Diácono Uélisson Pereira dos Santos
A providência de Deus se encaminhou de suscitar na Igreja homens que estivessem ligados diretamente a missão dos apóstolos. Estou falando especificamente dos diáconos.
O texto de Atos dos Apóstolos diz da origem do diaconado na Igreja primitiva: “Nesses dias, porém, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles eram esquecidas na distribuição diária. Os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é justo que nós abandonemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e nós atenderemos de contínuo à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; eles escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia, e apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, tendo orado, lhes impuseram as mãos. Divulgava-se a palavra de Deus, e se multiplicava muito o número dos discípulos em Jerusalém; também muitos sacerdotes obedeciam à fé” (At 6,1-7).
Como diz no texto acima, o motivo da escolha de sete homens para o ministério diaconal foi, em primeiro lugar, uma tensão interna da comunidade sobre os cuidados que os apóstolos deveriam ter com as viúvas helenistas (judeus batizados que falavam grego), pois as mesmas eram esquecidas no serviço diário (Cf. At 6,1). Contudo, com o passar do tempo os diáconos são vistos, principalmente nas comunidades paulinas ao lado dos epíscopos, isto é, a serviço dos bispos.
Afirma o Catecismo da Igreja Católica que “entre outros serviços, pertence aos diáconos assistir o bispo e os sacerdotes na celebração dos divinos mistérios, sobretudo da Eucaristia, distribuí-la, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir aos funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade” (CEC, 1570).
A partir do Concílio Vaticano II, pressupõe a sacramentalidade do diaconado nas suas duas modalidades (permanente e transitório). O diaconado permanente pode ser conferido a homens casados e, segundo o Catecismo o diaconado permanente “constitui um enriquecimento importante para a missão da Igreja” (CEC, 1571). O diaconado transitório é conferido àqueles que são candidatos a ordenação sacerdotal.
“O candidato ao diaconato permanente, não-casado, não seja admitido ao diaconato a não ser depois de completados vinte e cinco anos de idade; o que for casado, só depois de completados pelo menos trinta e cinco anos de idade, e com o consentimento da esposa”.
Eu assumi o diaconato temporário no dia 27 de Agosto de 2017. Como é mencionado acima, aqueles que desejam abraçar a vida sacerdotal vivam por um período o diaconado temporário.
Posso testemunhar que, este tempo de diácono é riquíssimo para mim, pois já posso ministrar o primeiro sacramento de iniciação cristã: o batismo. Também posso assistir os noivos que assumirão o sacramento do matrimônio, fazer homilias nas Celebrações Eucarísticas, expor e abençoar com o Santíssimo Sacramento e exercer a caridade nas suas diversas dimensões.
Orienta o Código de Direito Canônico quando “terminado o currículo dos estudos, o diácono, antes de ser promovido ao presbiterato, participe da vida pastoral, exercendo a ordem diaconal por tempo conveniente, a ser determinado pelo Bispo ou pelo Superior maior competente” (CIC, 1032 §2).
Atualmente, eu dedico-me a este tempo de vida pastoral. No ano passado estive envolvido com os trabalhos do Santuário do Pai das Misericórdias e, neste ano, tive a satisfação de ser designado para exercer meu ministério diaconal no Polo Educacional da Canção Nova (Instituto Canção Nova e Faculdade Canção Nova).
Quando recebi a notícia que iria para esta nova missão tive um pouco de receio, pois considero a missão desenvolvida neste setor bem árdua. No entanto, hoje percebo que o Senhor e a Virgem Maria me levaram para um excelente lugar. Estou muito contente!
É muito bom estar num ambiente que forma a pessoa integralmente, isto é, no Polo Educacional da Canção Nova não é visado somente a formação intelectual, mas visa a formação humana e espiritual. A meta é a formação de homens novos para um mundo novo. Por isso, se a formação abranger somente alguns aspectos, não será favorável esta formação do homem novo.
Estou aqui para contribuir nesta belíssima formação, mas também estou aberto para ser formado, pois o meu ministério está somente começando.