Por Kelly Kruschewsky
Quando recebi o convite para escrever sobre o meu chamado aceitei na mesma hora, pois sei exatamente quando ele aconteceu e vi minha história crescendo e sendo entrelaçada junto com a Comunidade Canção Nova.
Sou natural de São Paulo, capital. Recebi minha Primeira Eucaristia aos oito anos de idade. Tinha um desejo imenso em receber Jesus Eucarístico.
Vi a Renovação Carismática Católica surgir na minha paróquia, em 1988. Como eu amava, mesmo sendo criança, e como era muito nova, participava dos encontros de perseverança na Igreja até poder fazer o Crisma.
Aos 12 anos conheci a Comunidade Canção Nova. Minha família se mudou para Cachoeira Paulista,SP, e como eu fazia perseverança, a catequista nos levou para um piquenique na Canção Nova. Lembro-me da gruta de Nossa Senhora, do riacho que corria pela Chácara, das poucas casas que lá havia e do desejo ardente de viver em comunidade que invadiu meu coração. Lembro que descemos os morros combinando que moraríamos juntas, que teríamos uma vila só nossa. Eu ainda não entendia, mas lá nasceu o meu chamado a Deus.
Fui conhecendo a Canção Nova… Vi a primeira campanha do “Dai-me Almas” surgir; o primeiro acampamento e outros eventos. Participei das quintas-feiras de Adoração quando a rádio Canção Nova era onde hoje funciona a TI da Fundação João Paulo II. Meu Deus quanta história, quanta emoção! O Capelão de São José, o surgimento do Rincão do Meu Senhor, do Centro de Evangelização João Hipólito de Moraes, enfim, crescemos juntas.
Quando resolvi tomar coragem e começar o meu caminho vocacional foi em 1998. Eu tinha 18 anos, namorava e junto com o meu namorado começamos nosso caminho de discernimento vocacional.
Ainda éramos muito imaturos, então recebemos um “espere” da comunidade, ou seja, não estávamos prontos para entrar para a comunidade. Porém, continuamos engajados na Comunidade e em suas atividades.
Quando retomamos nosso caminho vocacional foi tudo muito rápido. Meu namorado entrou antes de mim (seis meses) e eu entrei logo depois (dois de janeiro de 2002). Tinha 21 anos. Já namorava há quase cinco anos, deixamos todos os nossos planos para trás: noivado, casamento, estudos, dentre outros.
Foi um tempo intenso de aprendizagem, de crescimento, amadurecimento, regado com suor e lágrimas. Vivemos todo o processo inicial de formação da Comunidade e aí então pudemos retomar nosso relacionamento, namoro, noivado e casamento.
Depois de cinco anos de casados conseguimos ter nosso primeiro filho, um grande milagre de Deus. Depois tivemos mais dois. Todas as gestações de risco, mas todas as batalhas vencidas: depressão, sofrimentos, perseguições, tudo aquilo que Jesus prometeu que viria com aqueles que decidiram segui-lo.
Hoje temos 20 anos juntos, 12 anos de casados, 3 filhos, buscando viver sempre a vontade de Deus. Meu esposo conseguiu cursar a faculdade, graças a providência divina e por causa da missão que ele exercia e exigia. Eu também estou concluindo meus estudos, meu sonho de ser professora se realizando e sabendo também que foi no tempo de Deus, como tudo em nossas vidas.
Não tem como não ser grata a Deus, não tem como não perceber na minha história a história da Canção Nova, é como se uma fosse costurada na outra. São 25 anos caminhando juntas, conhecendo, amando e lutando. Sinto até um certo saudosismo de tudo aquilo que conheci, mas assim como eu cresci e amadureci, a Canção Nova também não pode parar!
Agradeço a você que acredita nesta obra de Evangelização e que ajuda não só financeiramente, mas rezando, se fazendo presente. É por isso que existimos, é para você que estamos aqui.
Escolhi não fazer parte do mundo, escolhi servir a Deus. Não sei pregar, rezar, cantar, mas sei que nasci para servir a Deus, do meu jeito, com minha pequenez, nesta grande companhia de pesca e se você está lendo esta história provavelmente também faz parte desta companhia de pesca.
Assista o vídeo que conta a história dos 40 anos da Comunidade Canção Nova
Leia também:
Veja a história da consagrada Maria Josiane