Jogo, brinquedo e brincadeira são recursos, instrumentos e estratégias eficazes para a realidade escolar. No entanto, é necessário que o educador, ao usar estes recursos em sala ou no pátio, preserve as relações lúdicas, afetivas e de socialização para obter eficácia no processo de aprendizagem.
Os jogos interferem diretamente no desenvolvimento da imaginação, das relações, da criatividade, do movimento, da autoestima e da linguagem. Uma aula planejada com jogos estimula a atenção dos alunos, a concentração, capacidade de resolver problemas, criar hipóteses e trabalhar em grupo. Cabe ao educador a preparação dessas atividades lúdicas, com clareza e convicção nos objetivos e justificativa propostos, na metodologia e avaliação vivenciadas.
É importante criar jogos que explorem os processos de aquisição da leitura e da escrita, compreensão das letras, palavras, conceitos e significados. Jogos de sequências, trilhas, caça-palavras, cruzadinhas, jogo de erros, “jogo dos absurdos”, jogos simbólicos e de regras, dentre tantos outros, com a possibilidade de trabalhar os nomes das crianças, números, quantidades, personagens de histórias ou conteúdos específicos das disciplinas.
Brincar e jogar é uma expressão de vitalidade mental, que ultrapassa as necessidades imediatas, estimula o crescimento cognitivo e dispõe de um caráter terapêutico. No jogo, a criança pode fazer associações, combinações, resolver problemas, expor emoções contidas, organizar grupos, diferenciar modelos e características. Os jogos contribuem também para a resolução de frustrações, complexos e dificuldades relacionais.
Jean Piaget, biólogo e psicólogo suíço, desenvolveu em suas pesquisas a teoria da construção do conhecimento. Ele afirma que “O jogo é um tipo de atividade particularmente poderosa para o exercício da vida social e da atividade construtiva da criança”.
Donald Woods Winnicott, pediatra inglês, define que “é no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade, e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”.
Essas duas definições nos auxiliam a concluir que os jogos são recursos indispensáveis no cotidiano e na vida escolar, pois favorecem a socialização das crianças, os processos de aprendizagem, o despertar para a criatividade e o desenvolvimento de habilidades cognitivas da criança.
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